quarta-feira, 5 de setembro de 2012

UFOPA é avaliada como uma das piores universidades brasileiras.

O jornal Folha de São Paulo criou o Ranking Universitário Folha, que avaliou 191 universidades brasileiras da rede pública e privada. O levantamento inédito misturam indicadores de pesquisa e de inovação e a opinião do mercado de trabalho e de pesquisadores renomados. Para avaliar a qualidade do ensino, o Datafolha entrevistou 597 pesquisadores do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), amostra definida para representar o grupo dos melhores cientistas e docentes do país. A cada um deles foi pedido que apontasse as 10 melhores instituições brasileiras em sua área.
Para avaliar a aceitação no mercado de trabalho de um profissional formado por determinada universidade, o Datafolha entrevistou 1.212 diretores, gerentes ou profissionais responsáveis pelos recursos humanos de empresas e instituições brasileiras, amostra definida para representar todo o setor do país. Para cada um deles foi pedido que apontasse as três instituições de ensino superior para os quais dariam preferência em um processo de contratação.
Entre as universidades paraenses avaliadas o pior desempenho apontado foi o da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA). Dos 100 pontos distribuídos para avaliação do ensino e pesquisa das instituições, a UFOPA recebeu 4,36 pontos, ficando na 10ª pior colocação do Brasil.
Por outro lado, a Universidade Federal do Pará (UFPA) conseguiu obter 61,93 pontos e é a 24ª do país. O item que mais contribuiu para esse resultado foi a qualidade do trabalho de pesquisa da UFPA, considerado um dos melhores do país. A UFOPA tirou nota zero no item qualidade de ensino. Tirou zero também em inovação. Dos 55 pontos distribuídos para a análise da produção científica da universidade, a UFOPA obteve 3,3 pontos. Já a UFPA conseguiu 42,8 pontos na neste último item, porém deixou a desejar na qualidade do ensino, obtendo 3,13 dos 20 pontos distribuídos.
A Universidade Federal Rural do Amazonas conseguiu 30 pontos e ficou no 95º lugar. A Universidade da Amazônia (Unama) – única instituição privada avaliada no Pará – quase empatou com a Universidade do Estado do Pará (UEPA). Ambas conseguiram pouco mais de 20 pontos e ficaram respectivamente em 124º e 125º. No topo da lista, aparece como a melhor instituição de ensino nacional a Universidade de São Paulo (USP), com nota total 98,78, seguida pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com 91,76. Na outra ponta, em 188º lugar, está a Universidade Estadual de Roraima (UERR).
UFOPA contesta critérios de avaliação: Em nota oficial a UFOPA diz que a lista contém 191 universidades, que, diferentemente de faculdades e centros universitários, são instituições mais completas e com leis mais rígidas. A instituição diz que é importante esclarecer que o estudo leva em consideração critérios específicos, que melhor avaliam instituições tradicionais e com grande número de alunos. A UFOPA, que completará 3 anos em novembro de 2012, possuía, no período do levantamento da Folha, um total de 1.052 estudantes. Por outro lado, as 5 primeiras colocadas – USP, UFMG, UFRJ, UFRGS e Unicamp –, todas com mais de 50 anos de existência, possuíam, cada uma, entre 14 mil e 65 mil alunos. A Universidade Federal do Pará (UFPA), 24ª colocada, possui 55 anos e um corpo discente que ultrapassa os 33 mil.
Método questionado: O pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação Tecnológica da UFOPA, Prof. Dr. Marcos Ximenes, concorda com as melhores colocações da lista, mas questiona a metodologia usada na pesquisa, que avaliou da mesma forma as universidades novas e as já consolidadas: “Não tenho dúvidas de que as primeiras 30 ou 40 são, de fato, as melhores do Brasil, mas para as universidades emergentes o método de inquérito não tem sentido, porque elas ainda são desconhecidas. Esse método, naturalmente, coloca as universidades novas em grande desvantagem”.
No critério “Qualidade de Ensino”, 132 das 191 instituições da lista ganharam pontuação zero – apenas um quarto recebeu pontuação superior a isso. Segundo informações da Folha, este critério se baseia na consulta do Datafolha a 597 pesquisadores que indicaram as dez melhores instituições do país, em termos de ensino, na sua área de atuação. Tal critério, certamente, privilegia instituições de ensino superior renomadas, em detrimento daquelas que ainda estão em construção, como a UFOPA e a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA), em ficou em 179º lugar, uma posição acima da UFOPA.
Dados inexistentes: Ainda segundo a nota, no “Indicador de Inovação”, que analisou apenas a quantidade de pedidos de patentes por universidade, 96 instituições de ensino superior do país obtiveram zero ponto na avaliação. Tal critério não leva em consideração o contexto de criação e implementação das novas universidades, que ainda estão iniciando seus grupos e programas de pesquisa e que deverão levar mais alguns anos para lançar suas primeiras patentes.
Já no quesito “Qualidade de pesquisa”, um dos que têm maior peso, um dos itens analisados foi o número de artigos científicos publicados em 2008 e 2009, em periódicos da base internacional “Web of Science”, período em que a UFOPA ainda não existia, já que foi criada em 5 de novembro de 2009. Portanto, um critério que não contempla instituições recém-criadas. Segundo Marcos Ximenes, a UFOPA ainda nem mesmo integra as planilhas do Ministério da Educação (MEC) de avaliação e de critérios de rateio de recursos, pois a universidade ainda não formou alunos próprios e ainda se encontra em processo de organização – finaliza a nota oficial da UFOPA.

Fonte: Vestibular no Pará (Com informações do Diário do Pará, Folha e Ascom UFOPA)

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