quinta-feira, 10 de maio de 2012

Bosque Rodrigues Alves à beira de um abismo.


Que memória não é o forte do povo paraense, todos estamos carecas de saber. Mas, quem diria que o nível de abandono do nosso patrimônio chegaria ao seu ápice em pleno ano eleitoral e de um possível fim do mundo? A não ser que o Mosaico de Ravena se revele uma extensão da Mãe Diná e previu que o Ver-o-peso possa ser destruído em breve.
Segundo informações do Diário Online – que abriu mão do sangue, mas sem deixar de inferir uns cortes de cabeças – quem está com a corda no pescoço é o Bosque Rodrigues Alves. Um dos maiores jardins botânicos do norte do país pode ser embargado, caso não atenda a uma notificação do Ibama. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) é responsável pela administração e tem até o dia 7 de junho para comprovar que tem condições de atender aos 530 animais abrigados.
A Assessoria de Comunicação do Ibama informou que a secretaria foi multada em R$ 100 mil por não atender a uma notificação anterior, cujo prazo venceu no dia 05 de maio e continha as mesmas exigências. “A situação chegou ao limite. Não há mais como prorrogar os prazos, sob o risco dos animais ficarem expostos a maus-tratos. Se não houver contratação de profissionais que possam dar assistência necessária, o bosque terá de ser embargado”, explicou o chefe da Divisão de Fauna do Ibama no Pará, Leandro Aranha. Em abril de 2010, a Semma foi autuada pela primeira vez devido às irregularidades, também em R$ 100 mil. Anteriormente, em 2005, o bosque havia sido alvo da assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta com o Ibama, mas o compromisso nunca foi cumprido integralmente pelo município, aliás aí está mais um ponto nada forte dos peixes grandes belenenses.
Ainda de acordo com o Ibama, no dia 01 de maio, um animal teve problemas de saúde e não havia especialistas de plantão para atendê-lo, colocando sua vida em risco. Foi necessário requisitar, às pressas, veterinários externos para o tratamento. “O bosque mantém apenas um veterinário e um biólogo contratados, o que é insuficiente para garantir a saúde e o bem-estar do plantel”, diz Aranha. Segundo ele, quando a dupla está ausente, por folga, férias etc. não há nenhum técnico responsável pelos animais do bosque.
Com cerca de 150 mil m² e inspirado no bosque de Bolonha de Paris, o Jardim Botânico constitui uma importante reserva natural e vegetal. Entre as coleções estão mais de 80 mil espécies de plantas vasculares e espéciessilvestres, especialmente as que estão ameaçadas, assim como milhares de espécies cultiváveis de importância econômica e seus correspondentes silvestres. A fauna é rica de espécies regionais, abrigando animais em cativeiro e outras espécies em liberdade. Uma verdadeira obra prima no coração da capital paraense, embelezando o ambiente e amenizando o clima quente.
Caro leitor, esse é o tratamento que o meio ambiente e o patrimônio histórico paraense é tratado. Enquanto, muitos querem “tchus e tchás”, os poderosos riem às nossas custas, nadam em nosso dinheiro e ainda cometem a ignorância de afundar nosso valor cultural na lama e cobrir de vergonha àqueles que continuam a sonhar com respeito a todos nós. O poder de mudar isso está em nossas mãos, em nossas vozes, em nossos atos. Hora de acordar, queridas Alices! Se por aqui não dão, tenha certeza que os que vêm de fora, dão muito valor, muito valor mesmo!








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