sábado, 4 de agosto de 2012

Uma nova polêmica. Uma velha história. Muitas perguntas!

Foto: Reprodução/TV Liberal
Mais uma triste página abala a história do Pará. Considerada abusiva e irregular, devido aos prejuízos à população, a  atual greve dos servidores de saúde em Belém chega ao terceiro dia, com mais uma polêmica a contar.
Após aguardar 12 horas por atendimento, Wilson Mendes da Silva (53 anos) faleceu, no Pronto Socorro Municipal Mário Pinotti (PSM da 14 de março). Vindo de São Miguel do Guamá, ele não resistiu à gravidade da tuberculose, a qual enfrentava. Logicamente, o filho Walter Silva, revoltou-se com a situação. Nem preciso dizer que houve um verdadeiro "Vale A Pena Ver De Novo" com uma antiga novela: Os servidores dizem que respeitam a lei, realizaram o atendimento necessário e culpam a infraestrutura do Hospital; a Secretaria Municipal de Saúde emite uma nota, quem não fede, nem cheira; o povo continua pagando por um sistema injusto e aterrorizante; prefeitura, calada! Será que há espaço para o final feliz?
Nesta quinta-feira (2), a Justiça determinou a suspensão da greve dos servidores de saúde do Pará. O juiz Marco Antonio Lobo Castelo Branco, da 2ª Vara da Fazenda de Belém, determinou que os sindicatos devem suspender a greve. Caso contrário, será aplicada uma multa diária de R$ 10 mil.
O Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa) informou que só vai se manifestar a respeito da decisão depois que for notificado oficialmente pela Justiça e que trabalha com 30% do quadro de funcionários, como exige a lei. Na próxima segunda-feira, às 10h, a categoria se reúne em assembleia geral para decidir os rumos do movimento.
Já o Sindicato dos Servidores da Saúde coloca a culpa pela morte na falta de estrutura do PSM da 14 de Março. “A gestão não instrumentaliza para atender pacientes graves, na quantidade que deveria. Ele era para estar numa unidade de grave, mas não tem leito para ele”, disse Carmem Fonseca, coordenadora socioeconômica do sindicato.
Não cabe, neste momento, tomar partido e definir quem errou ou quem descumpriu uma lei ou outra. Mais uma vida se perdeu, como se nada representasse... A quem culpar? A quem reclamar? A quem pedir socorro? Para quem chorar? A quantos mais decepcionar e sacrificar?
É válido citar uma morte para denunciar um sistema público que agoniza há décadas? É válido culpar uma categoria, que reivindica seus direitos, garantidos constitucionalmente? De um lado, temos o direito constitucional de greve, em busca de melhores salários e condições de trabalho; de outro, temos o código de ética ou juramentos, que garantem cuidar e proteger quem depende dos profissionais de saúde. Estaríamos preparados, suficientemente, para compreender o quanto cada cidadão pode ser um pouco responsável por situações calamitosas, como esta? Estamos aceitando que encontrar um responsável é mais complexo que parece? Estamos percebendo que, talvez, certas verdades podem doer demais e preferimos ocultar ou fingir que não existem? Até quando viveremos afundados na incerteza?

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