segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Vídeo da Semana: Coração Selvagem – Ana Carolina


Certas palavras são tão indescritíveis que são capazes de adquirir poder autoexplicativo, mesmo diante do silêncio. Em meio ao caos, me vejo em muitos rumos. Sempre fui apaixonado, nem sempre apaixonante. Fugindo de ser amante, preferi também não ser amável, mesmo buscando ser amado.
O que há dentro de mim segue guardado, decorado e venerado com carinho, há certas coisas que ninguém pode tirar de nós. Não cabe a mim varrer para baixo do tapete porque minha catedral segue um pouco suja, disposta a acolher algum sapato andante, com suas lamas, com sua poeira, com seu cheiro de pé macio para alimentar meus hábitos podólatras.
A estrada é longa, meus pés já cansam, porém há uma força que impulsiona meus ânimos, reacende minhas fomes e quase sempre me faz esboçar um sorriso, ainda que nadando contra a correnteza; algo que vai além da intuição, que obstrui as inconstâncias e é benevolente com as mágoas. Talvez seja solidão, talvez seja sede, talvez seja o medo, talvez seja capricho, talvez pressa ou apenas fome; ou fomes, aquelas fomes... O máximo de amor próprio onde tenho alcançado é a auto-defesa – um bom caminho andado, apesar de tudo.
Vale a pena arriscar o próprio pescoço, saciar a pele e engolir o nó da garganta. Enquanto houver este impulso, o cálice transbordará e andarei em linha reta, sem olhar para os lados, no mesmo foco, nas mesmas metas e dobrarei a meta (sorry, Dilma!). Há um sorriso me aguardando mais à frente. Nessa estrada estou, pensando ainda se vou!


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