domingo, 29 de dezembro de 2013

Vídeo da Semana: Beijinho no Ombro – Valesca Popozuda


Estaria o funk virando pop? Perguntas como essa fervilham, polemizam e estereotipam discussões acirradas entre seguidores de diversos ritmos, afinal, pop é uma palavra já bem relativa e genérica.
Ainda me frustro com o uso abusivo e, quase sempre errôneo do termo recalque. Estudantes e profissionais de psicologia compreendem, mas prometo ser cena dos próximos capítulos. Vamos falar de coisa séria: funk. Isso, funk é coisa séria, é ritmo, é cultura, é massa, é povo, é trabalho, é fator e ator social. Eis que Valesca Popozuda vem reforçar.
Em 10 anos de carreira, a carioca apresentou um trabalho relativamente inexpressivo no cenário musical, participou de reality show e limitou-se a pequenos e ousados shows. Calão, linguagem sexual e humor predominaram em suas letras. De gosto duvidoso? Talvez! Qual não é?
Após o boom de artistas populares, que resgataram essências bregas e não tiveram medo de expor uma voz mais irreverente, periférica ou, até certo ponto, marginalizada, nomes como Naldo, Anitta, +Gaby Amarantos, Gang do Eletro e os incontáveis MC’s despontaram e levam tecnobrega e funk a patamares novos. Longe de uma elitização, os estilos ganharam vida própria, mais cor e fatores de mercado, graças não só ao árduo trabalho artístico, mas também do investimento da mídia, das gravadoras, dos meios de comunicação, além da adesão às redes sociais. As massas ganharam forma e voz!
Pegando o bonde dos trilhos do pop, Valesca Popozuda moderou, sem perder identidade e ganhou ares de estrela pop: melhor produzida, profissionalizando sua divulgação, investiu na potencialização da imagem e identificação do público. O videoclipe de ‘Beijinho no Ombro’ é irreverente, com ar de curta-metragem e fortemente influenciado por elementos do pop e hip hop estadunidenses. Resultado: impacto instantâneo na internet, mesmo sem adesão total nas paradas radiofônicas. Uma grata surpresa ao estampar manchetes, nas quais o batidão sai da mesmice e a sigla “MC” desatrela do amadorismo.


Gravado no Castelo de Itaipava, no interior do Rio de Janeiro, contou com a presença de muitos bailarinos e figurinos luxuosos; ostentou e surpreendeu com os agradecimentos (e com as ditas indiretas). Lançado na manhã do dia 28, o vídeo tem força para ser um abre-alas quente para 2014. Até onde ela pode? Longe. Até onde ela vai? Vejamos.

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