sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Obras de Cândido Portinari serão expostas em Belém.

 
A capital paraense receberá, em janeiro do ano que vem, uma exposição nunca vista no Norte do país. Trata-se da exposição “Portinari na Coleção Castro Maya”, que será aberta no Museu Histórico do Estado do Pará (MHEP), no dia 14 de janeiro e permanecerá na cidade durante dois meses.
Com pinturas, desenhos e gravuras realizadas entre os anos de 1938 e 1959, a mostra traz a Belém, 57 obras originais de Cândido Portinari considerado o maior artista da pintura modernista brasileira. “A exposição está vindo para Belém com o apoio do Ministério da Cultura”, diz Sérgio Melo, diretor do museu. “Belém é a terceira capital do país a receber esta mostra. Estamos muito felizes com essa grande oportunidade”.
Ele explica que, por se tratar de uma exposição muito valiosa, vários critérios foram estipulados pelo Ministério da Cultura para a escolha das cidades por onde a mostra irá passar. Belém atendeu a todos esses critérios e foi aprovada para receber a exposição, por possuir um museu equipado, aparelhado e com uma equipe multidisciplinar treinada. “O fato de recebermos esta exposição mostra a capacidade do Governo do Pará, através da Secretaria de Estado de Cultura, de manter um bom padrão em seus prédios históricos e, principalmente, o esforço da secretaria em buscar sempre trazer eventos culturalmente e historicamente importantes para todos nós”, enfatizou Sérgio.


Ainda de acordo com ele, um esquema de segurança, dentro e fora do museu, também será montado para a preservação das peças. A Polícia Federal dará apoio inclusive no transporte das obras, que já começam a chegar no dia 20 deste mês.
A exposição trata das relações tecidas ao longo do tempo entre Candido Portinari e Raymundo Ottoni de Castro Maya, que resultou na acumulação do maior acervo público do pintor. A mostra traz as obras de Portinari adquiridas por Castro Maya em leilões, galerias de arte e no próprio ateliê do artista. Os destaques são “Menino com Pião” (1947), “O Sonho” (1938), “Grupo de Meninas Brincando” (1940), “A Barca” e “O Sapateiro de Brodósqui” (1941), “Lavadeiras” (1943) e “Morro n. 11” (1958), além da série “Dom Quixote”.
Nascido em 1903, numa fazenda de café em Brodowski, no interior de São Paulo, Portinari manifestou talento para a pintura desde cedo. O artista começou a desenhar aos seis anos e aos nove participou, durante vários meses, dos trabalhos de restauração da igreja de Brodowski, auxiliando pintores italianos. Aos 15 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde frequentou a Escola Nacional de Belas Artes.
Ainda jovem, ganhou um prêmio de pintura que lhe permitiu se aprimorar em Paris, na França. Portinari voltou ao Brasil para registrar imagens ligadas ao povo e foi quem melhor retratou a identidade do trabalhador brasileiro, sendo cultuado por muitos de seus contemporâneos. Mário de Andrade, por exemplo, considerava que o amigo era “a mais útil e exemplar aventura de arte que já se viveu no Brasil”.
Foi reconhecido nacional e internacionalmente e virou tema de livros e mostras, dentro e fora do País. Além de desenhos, pinturas e gravuras, Portinari se destacou com seus painéis e murais. Alguns exemplos são o Conjunto Arquitetônico da Pampulha e os painéis que decoram o edifício-sede da Organização das Nações Unidas, em Nova York. A produção de Portinari, ao longo da vida, é estimada em aproximadamente cinco mil obras. O pintor morreu no Rio de Janeiro, em 1962.

Fonte: ORM

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