Fitar.
Morder. Digerir. Engolir. Repetir. Saborear a deliciosa arte de
alimentar o sangue dos olhos. Deixar tudo remoendo no interior.
Orgulho
sendo pisoteado por sentimentos homônimos, embora nem sempre assim denominados.
Agora, que tudo é engolido e absorvido, então, chega a hora de eliminação,
evacuar ou regurgitar. Escolher entre a mais excitante é doloroso, mas traz
maturidade, reafirma o quanto o amor próprio torna-se ou não um arremedo das
vontades.
Olho
por olho, dente por dente, calo por calo. A doce taça amargurando e rasgando a
garganta, sobrepondo os poros e reestruturando a velocidade cardíaca. Perder
para vencer. Calar para descobrir a hora certa de falar. Dar dois passos para
trás e três adiante. Baixar a cabeça para erguer muitas partes do corpo.
Enquanto
se esmaga o coração com um salto fino, eis que surgem diversos machados e
foices ao redor, mas decide-se deixá-las em seus cantos, regadas ao som do
jazz. As escondidas meias verdades ganham forma e contam para que serve, então,
nosso lado humano: buscar o que resta de divindade. O verdadeiro tesouro
continua a salvo. Depois do erro, a rendição/redenção.
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