Evas são sensíveis e dão importância a cada toque feito,
gostam de se sentir amadas, desejadas e possuídas. Aparentam temor, mas
enfrentam com maestria, não apenas para agradar ou satisfazer-se. Evas têm
coragem e sabem descobrir como e até onde vale a pena. São sensatas, calorosas
ou frias, à medida das vontades.
Fora enraizado em suas histórias diversos machismos, porém,
aos poucos, muito vem mudando, por baixo de panos e lençóis: elas dão o que
podem, dão o que têm, dão o que julgam valer a pena. Todas oferecem o maior
número de opções, embora restrinjam alguns.
Adãos não têm medo. Também se entregam, fantasiam e alcançam
alto patamar de mutualidade. Não conversam após o ato, mas o remoem em seu
interior; já pensam no próximo e que seja em breve.
Não têm nojos. Não têm pudores. Adoram misturas. Pensam no
óbvio e se julgam mais criativos. Adãos contentam-se com pouco, por ignorância
ou praticidade. Do pouco que têm, Adãos procuram dar além de um máximo.
Ressignificam. Reinventam.
Evas buscam nos Adãos o que algumas outras Evas oferecem. Um
Adão vê em outro Adão uma ausência de Eva ou não veem o que Evas têm em
excesso. Adãos querem tudo. Evas, o suficiente. Uns amam, outros desejam.
Outros, os dois. Outros, nenhum. Podem reagir diferentemente, diante de um falo
rígido, mas o desejo é similar.
Há Evas para jogar na parede e Adãos que nos jogam. Evas
para devorar e Adãos para devorar e nos devorar. Evas de amar de repente. Adãos
de amar eternamente. Sem rótulos, cada um com sua exceção, cada um com sua
entrega, cada um com o que tem.
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