Chega o tempo de maturidade, de encontrar palavras perdidas
para trazer, de volta ao mundo real, o que nos levava à perdição. Cada grito
fica para trás, o evidente se perde aos poucos, revigorando o que há de mais
orgânico.
Lembranças param de atormenta-se e tentam ter prestígio, no
momento em que o tempo ressurge e apresenta novos caminhos para sentimentos,
destinos e fés. Toda tormenta perde sentido e despertam sorrisos novos e você
lembra que tudo que um dia te fez chorar, hoje virou uma lembrança que excita
os lábios em um singelo sorriso de canto.
Se o complexo já não satisfaz, o simples já conforma. Você
aprende a reconhecer os próprios méritos, as próprias lutas e, finalmente,
descobre o que é levantar a cabeça. Você reconhece que talvez volte a
fraquejar, mas, pelo menos, não vacilará e repensará antes de pisar no terreno
dúbio.
Distantes do medo, distantes do que feria, intrigava e
punia, hoje somos maiores que nós mesmos, hoje se cultiva o que se tanto
buscou, hoje vive e pulsa algo que talvez nunca morra, mas nasceu, porém, uma
nova consciência para um novo olhar. Ainda que nem tudo tenha acabado, por mais
que tudo não tenha se perdido e ainda mais longe de entregar suas moedas a
falsos credores, tudo seguirá e reescreverá o que mora em seu peito, suscitando
o que mais vale. É só ir.
Sobre a canção
Escrita pelo próprio Alejandro Sanz e gravada em seu belíssimo trabalho ‘La Musica No Se Toca’ (2012), a canção é o primeiro single do álbum e também possui uma versão bilíngue, com trechos em português, em dueto com Ivete Sangalo (o vídeo pode ser visto aqui). Por sinal, em sua passagem pelo Brasil, fez questão de gravar o vídeo com a cantora baiana, além de outro vídeo com +Ana Carolina.
Cheio de metáforas e simbolismos, o videoclipe apresenta um cenário encantador, esbanjando charme e sensualidade, em uma praia, celebrando inconstâncias, lembranças, conflitos e uma intensa fusão de sentimentos. Destaque para um piano em chamas, tocado pelo intérprete.
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