Podendo ou não dizer que a demora foi relativa,
foi complicado de explicar a si mesmo como tudo aquilo era novidade. Ao
perceber suas lágrimas mais insípidas, ele teve medo de que aquilo fosse para
sempre, temia que aquilo o matasse como na frieza da estátua de sal.
Poluiu ao redor com seus líquidos, varreu
reputações noite adentro e distribuiu o veneno que seus sentimentos fabricaram,
mas sem perder a formosura em cada batida do seu coração. Um pequeno jovem
descobria que a estrada germinava em pleno inverno, um pacato velho formatava
os programas de seus aparelhos digitais.
Neurótico. Fanático. Suicida. Diante de tudo,
decidiu não mais dar um fim, apenas ‘ressignificou’, mesmo sem entender tão bem
o que seria dali em diante. De tanto não significar, descobriu significados
reais.
Tocou a velha canção na rádio, ele dedicou sem
citar nomes. Fez uns acordes no violão, mas guardou para si. Escutou seus
velhos discos, mas concentrou-se em suas resenhas. Olhou ao cidade ao redor, e
nada interessou. Leu seu velho livro e fez alguns rabiscos nas folhas em
branco. Marcou placares. Comprou um bombom de chocolate; comeu. No dia
seguinte, acendeu uma vela ao santinho e agradeceu por nada. Não viu graça nas
gracinhas da TV, mas seu cartão de crédito sobrevive. Aprendeu a falar na
primeira pessoa, mas ainda gosta de falar na terceira.
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