Em meio à solidão do mundo e à melancolia das coisas, houve
um singelo barulho, um que soube mudar nossos rumos, pela enésima vez.
Tudo tão escuro, tudo tão vazio... A cada palavra lida e a
cada respiração na tua ausência, teu colo despertou uma soturna falta e as
lembranças lançaram-se ao espaço com a mesma voracidade de antes. Ainda que de
modo nada convencional, senti tua dor, ouvi teu clamor e entendi teu silêncio.
Deveras, a cada instante perco a noção de minhas palavras e
pensamentos. Ao passo que me sinto frágil a tantas recordações, fortaleço minha
esperança com a natural palpitação a qual meu coração se submete; a mesma que
me faz sorrir ao ouvir teu nome ou ao tropeçar nos derrames que deixaste.
Livrando-me do anacronismo, me prendi à nossa tradição. Na
morbidez das redondezas, pergunto onde se encontra a felicidade, a doçura dos
teus lábios e o calor da tua pele. Fugi do óbvio, tornando-me escravo dele,
encontrei minha sina e me preparo para as bofetadas a mim reservadas.
Continuo, à distância, do teu lado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário