Surpreendendo previsões, o cardeal Jorge Mário Bergoglio foi
escolhido, na última quarta-feira (13) como novo Papa da Igreja Católica
Apostólica Romana, ao alcançar um terço dos 115 possíveis votos.
De origem italiana, o cardeal de 76 anos, é argentino e uma
das principais lideranças religiosas no país, onde liderou fortes campanhas em
favor da doutrina católica. É formado em farmácia, filosofia e teologia, além
de ter ensinado Literatura e Psicologia, no Colégio Imaculada, na Província de
Santa Fé, e no Colégio do Salvador, em Buenos Aires. Após ingressar na
Companhia dos Jesuítas em 1958, recebeu a ordenação sacerdotal em 1969.
Em 20 de maio de 1992, foi nomeado, pelo Papa João Paulo II,
bispo auxiliar de Buenos Aires. Em 3 de junho de 1997, foi nomeado arcebispo
coadjutor de Buenos Aires e, posteriormente, arcebispo metropolitano em 28 de
fevereiro de 1998 e tornou-se membro do colégio dos cardeais em 2001.
Mas,
não apenas seus títulos o tornam um líder de destaque. Sua história é marcada
por polêmicas e fatos que o tornam mais próximo aos fiéis. Considerado um
grande tradicionalista em relação a seus ensinamentos, o novo papa é conhecido
por seus hábitos simples e de servidão: utiliza transporte público, não
frequenta restaurantes e evita aparições na mídia. Além de trabalhar usar de
ativismo social em favor da diminuição das desigualdades sociais, também já
visitou hospitais e outras instituições carentes e fez campanhas para ajudar
vítimas de tragédias, como da boate Cromagnon, em 2004.
Não
era de se espantar que a escolha pelo nome Francisco remetesse à simplicidade e
à servidão, em uma clara referência a São Francisco de Assis. Em sua primeira
aparição, o novo pastor transmitiu uma imagem simpática, irreverente e
acolhedora. “Parece que meus colegas cardeais foram buscar o Papa quase no fim
do mundo”, citou, em tom de brincadeira, além de agradecer ao seu antecessor
Bento XVI e pedir orações dos fiéis pelo pontificado que se inicia.
Bergoglio
é uma das principais vozes em favor da tradicional doutrina da Igreja.
Ativamente desfavorável ao aborto, à eutanásia e à união homoafetiva, gerou
atritos com o governo argentino e correntes políticas, no mundo inteiro.
Nota-se,
no entanto, que seu conservadorismo também abre espaço para reflexões
importantes como caridade e trabalho pastoral voltado para o povo, a base da
Igreja, além de já ter declarado que o uso de preservativos pode ser tolerado,
desde que seja para evitar infecções. Um perfil mais aberto à ação
evangelizadora tradicional e espontânea que deve não só fortalecer laços
externos, mas também entre correntes dentro do próprio catolicismo.
Nomes,
vestimentas, hábitos e ensinamentos: Simplicidade e servidão! Se a escolha de um novo Papa influencia ou
não em nossas vidas, depende de quem sabe acolhê-lo e absorve suas palavras de
fé. Já se sua história e sua administração farão bem à Igreja e ao mundo,
dependerão do quanto a opinião de críticos, céticos, desinformados e
desencorajados serão ignoradas. Por enquanto, vale torcer e orar por um
pontificado de paz, prosperidade e amor entre irmãos.
Após a renúncia de Bento XVI e depois de pouco mais de dois
dias de Conclave, o Papa Francisco I torna-se o 266º papa da Igreja, sendo
primeiro latino-americano e também o primeiro jesuíta a exercer o cargo de Sumo
Pontífice.
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