Que o BRT-Belém é um projeto polêmico ninguém pode negar.
Alguns podem duvidar, mas qualquer leigo no setor urbano percebe que há algumas
ideias de jerico que tomaram conta de
cada centímetro do complexo viário.
Desde a falha no início da execução, na via mais movimentada
da capital, à ausência de clareza nas finanças do projeto. O que seria uma
solução para o caótico e estagnado trânsito tornou-se uma imensurável dor de
cabeça para a população e para o próprio poder público.
Após a realização de um estudo técnico para rever a
implantação do ônibus rápido, o prefeito eleito Zenaldo Coutinho (em entrevista
ao G1 Pará) afirma que já planeja mudanças em relação ao original, visando fluidez
no trânsito e segurança. “O BRT pretende ser um ônibus articulado metrorizado,
ou seja, expresso, para garantir que você tenha rapidez da sua origem ao seu
destino. Porém, do jeito que aquilo foi construído, não tem área de
ultrapassagem. Se der prego em um ônibus do BRT, para todo o sistema”, avalia o
tucano.
Uma das soluções apresentadas por Zenaldo seria retirar a
proteção de concreto entre a pista do BRT e o asfalto. Segundo ele, as muretas
de concreto encarecem a obra em pelo menos R$ 1 milhão por cada quilômetro.
Para o futuro prefeito, porém, um argumento em defesa da mureta seria a
segurança, para evitar que pedestres atravessassem a rua em pontos indevidos,
ou seja, evitando acidentes. Uma alternativa seria a implantação de uma tela
protetora, próxima à ciclovia. Sendo assim, as muretas de concreto seriam
aproveitadas em outras obras estruturais da cidade.
“Eu presumo que, para a gente concluir essa obra, ela deve
demandar no mínimo um ano. Isto é obra para 2014”, afirma. “Você não pode
pensar em inauguração do BRT com apenas uma perna, é preciso pensar no corpo todo,
o BRT estruturado com início e fim”.
Apesar das importantes e óbvias mudanças necessárias, ainda
não se sabe se haverá e/ou quanto será um novo custo para a obra. Ainda será
necessário refazer as estações, para que o fluxo não seja interrompido quando o
“Ligeirão” parar nas estações, para o fluxo de passageiros. Será preciso,
também, implantar um sistema de controle, coordenando semáforos, linhas
alimentadoras, circulares de bairro e o transporte intermodal, que irá integrar
bicicletas, veículos de passeio e barcos ao projeto.
“Não basta colocar para funcionar o corredor da Almirante
Barroso, porque você não vai resolver nada do trânsito [...] Senão seria uma
linha obstruída, exclusiva de um ônibus qualquer, e reduzindo o espaço dos
veículos de passeio”, avalia, ressaltando apenas um sistema de reformulação
integrada traria resultados efetivos. Novos estudos devem ser feitos somente
após a conclusão das obras do Entroncamento.
Só resta ficar de olho, afinal não é a primeira vez que um
projeto desse porte é alterado com as mudanças na prefeitura de Belém! E isso,
qualquer um também sabe. Zenaldo tomará posse no próximo dia 1.
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