quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Contra a Corrente: Documentário conta a trajetória da campanha eleitoral de Luciana Genro.

No último dia 17 de setembro foi lançado o documentário ‘Luciana Genro: Contra a Corrente’, produzido pela Fundação Lauro Campos.


Como o título sugere, a candidata do PSOL à Presidenta da República em 2014 protagoniza os mais de 27 minutos do vídeo, no qual se narra a trajetória da campanha eleitoral, no último pleito. Porém, há também algumas referências aos protestos de junho de 2013 e a outras polêmicas, palestras e entrevistas.

Como faz questão de enfatizar, Luciana fez uma campanha diferente: sem o financiamento empresarial, com teor espontâneo e atingindo sobretudo a juventude. Tais fatos, levaram a gaúcha a conquistar mais 1.612.186 de votos, refomentando debates até então pouco explorados, o que revigorou fortemente a chamada oposição de esquerda.

Gregório Duviver, o jornalista esportivo Juca Kfouri e deputados federais como Jean Wyllys e Edmilson Rodrigues são alguns dos nomes que assinam os depoimentos do projeto, integralmente lançado de forma virtual (YouTube e demais redes sociais).

Entre as principais pautas de Genro, constam a tributação das grandes fortunas, uma auditoria fiscal e propostas relacionadas a direitos civis, como a regulamentação do uso da cannabis e a problematização da atual política de drogas, o combate à homofobia, ao racismo e às violências de gênero, além do casamento civil igualitário.

Claro, Luciana Genro tornou-se uma das figuras mais emblemáticas e em total ascensão na política atual. Seu nome e suas frases ganharam força nas redes sociais e deram origem não só a memes, mas também fortes frases de autoafirmação e legitimação de diversas classes, até então nunca tão bem representadas por um candidato à presidência da República. “Não levante o dedo pra mim”, “Linha auxiliar uma ova”, “Tem que ter lado na política” e “Nada pode parecer impossível de mudar” são apenas algumas das titulações que ganharam o coração de diversos movimentos sociais, grupos de trabalho e pesquisa e coletivos estudantis.


Coragem. Autonomia. Emponderamento. Denúncia. Propostas inteligentes. Faltariam elogios para definir a relevância que Luciana Genro apresenta atualmente. Neste contexto de crise financeira e crescimento de forças reacionárias, é nesta mulher que ainda é possível encontrar a principal liderança de esquerda da atualidade. Para comprovar, é só dar play.

domingo, 27 de setembro de 2015

Na hamburgueria.


- Boa tarde. Quero o combo de picanha, cebolas e tomates fritados, queijo e salada; fritas; e refrigerante, por favor!
- R$ 21,99, senhor!
- Aqui (paga R$ 40 em duas notas de R$ 20). Espera um momento, eu tenho trocado (pega R$ 20 de volta e entrega R$ 2).
- Sua senha no painel é 042. É só aguardar.
- Ok. Obrigado.
Alguns minutos depois:
- Senhor. Olha só. Estamos com um problema na fritadeira e ainda não posso lhe confirmar se sua batata vai ficar pronta até terminar o seu lanche.
- E agora?
- Não sei... Então... O certo seria eu lhe descontar o valor das fritas e lhe devolver. Então, eu cobraria só o sanduíche e o refrigerante. Deixa eu ver... Mas, aí só o sanduíche custa R$ 17,99 e o refrigerante R$ 4,50. Aí o senhor ficaria me devendo R$ 0,50.
- Isso é o certo?
Silêncio.
- Moça, tem alguma coisa errada nessa tua conta (tom sarcástico).
- Verdade. Mas, pra não dar mais esse prejuízo pro senhor, eu vou deixar esses R$ 0,50 pra lá e ficamos quites. A máquina tá mesmo sem previsão.
- Tá. Fazer o quê...?
Refeição sem amor.


domingo, 20 de setembro de 2015

Vídeo da Semana: Volta – Fafá de Belém

Ao expressar com palavras sua admiração é quase impossível de abolir dos exageros. Suas palavras sempre serão suspeitas! Como não há um regimento que me guie, me sinto menos culpado e mais feliz. Falar de Fafá requer classe, verdade e muita responsabilidade para fazer jus à sua gloriosa trajetória.


E é tanta coisa que me liga a ela: primeiro, por sermos conterrâneos; segundo, por sermos devotos de Nossa Senhora de Nazaré (a Nazica); terceiro, por grande parte das suas canções terem acompanhado lembranças fortes da minha infância, da minha vida, quando escutava minha mãe, tios e tias cantarolando suas melodias; quarto, por eu recordar de grandes momentos ao ver muitos rirem de sua espontaneidade ou se encantarem com sua marcante risada e; quinto, por último, mas não menos importante, por saber reconhecê-la como um verdadeiro ícone vivo da música popular brasileira.

Aos 40 anos de carreira, Fafá de Belém está aí forte e doce, sonante como a mais encantadora orquestra de pássaros da manhã. Seu novo trabalho comemorativo retoma a noite brega paraense, hoje em constante transformação. A frase subtitular ‘Meu coração é brega!’ chegou firme para arrebatar corações, apaixonados, doídos e, sobretudo tradicionais, numa era na qual a sofrência resiste como moda.


Álbum novo, show novo, agenda cheia, personalidade de sempre. Apegada às origens, a cantora, que já confirmou presença no Círio deste ano, resgatou alguns hits marcantes do brega paraense em levadas pouco conhecidas no restante do Brasil.

O disco ‘Do Tamanho Certo para o Meu Sorriso’ (31º da carreira), lançado no mês de agosto, é o primeiro da artista depois de oito anos sem lançar um álbum de inéditas e traz elementos fortes, vibratórios e contagiantes em 10 faixas, com a energia de grandes compositores paraenses, como Dona Onete, Firmo Cardoso, Manoel e Felipe Cordeiro (produtores do álbum), além de Johnny Hooker e Zeca Baleiro.

O Vídeo da Semana vem com ela, com sua energia, com sua graça e sorriso. Da autoria de Johnny Hooker, ‘Volta’ dá um pequeno esboço do que esperar do álbum, da sua leveza, da sua representatividade, do seu sabor que mistura infância próxima a um rádio ligado com vida adulta com cerveja gelada em serestas. Claro que eu já viciei!

Você conhece as atrações do Rock in Rio de 1985?


Com aquele recurso do facebook que relembra as publicações do mesmo dia, nos anteriores, encontrei uma importante imagem que resgata os shows do famigerado Rock in Rio de 1985.

Ao ler, imediatamente me vieram à cabeça os “cri-críticos” de plantão metidos a piadistas comentando sobre ter funk, sertanejo, forró ou calypso no festival, cuja edição deste ano até já iniciou. Ver nomes como Elba Ramalho, Ivan Lins, Pepeu Gomes, Baby Consuelo (ou do Brasil, para alguns), Ney Matogrosso, Gilberto Gil e Rod Stewart só reforçam o quanto o engendramento do preconceito musical gerou um discurso de ódio (ainda que velado) em relação a gêneros populares, sobretudo das periferias, do norte-nordeste, etc.

Obviamente, tive um pé atrás antes de envolver-me nesta polêmica e verifiquei a veracidade da setlist em outras fontes. Fiquei satisfeitíssimo em apenas confirmá-la.

De longe, o Rock in Rio jamais teve a proposta de ser um festival destinado a apenas um gênero, que por sinal, também é dividido em diversos estilos e vertentes. Antes de tudo, tinha uma proposta de ser um festival de música, onde todas as tribos se sentissem inclusas - hoje, bem mais evidenciado pelos palcos diversos ao palco mundo, como o Sunset. Além do mais, o resgate aos grandes festivais, como o inesquecível movimento Woodstock, Glastonbury e o resistente Festival Internacional da Canção de Viña del Mar, dá a ele o forte status como um dos principais eventos de música do mundo.

Parece frívolo que qualquer edição do evento, já realizado no Brasil, Espanha, Portugal e Estados Unidos possua tamanha diversidade apesar do nome, no entanto, a raiz de sua primeira edição naturaliza o encontro de tribos e evidencia a qualidade, não só dos artistas, mas do encontro de culturas (e até de contra-culturas), sobretudo no Brasil. Quanto a discutir queda ou não na qualidade das atrações em relação a 1985, aí são outros quinhentos... Por enquanto, me ausento.

Em Poucas Palavras: Sobre nós.

Nem o mais assíduo leitor.